terça-feira, 25 de novembro de 2008

Hanseníase?


Qual a primeira idéia que vem à mente quando se ouve a expressão "doença contagiosa"? Isso mesmo que você pensou: algo que se transmite por meio de contato direto; mal que se pega ao chegar perto do doente.

A idéia, carregada de preconceito, é passada geração após geração, graças à falta de informação, devido ao desconhecimento.

E assim como a prevenção é o melhor remédio no combate às doenças, a informação é a melhor aliada na luta contra o preconceito.

Esta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma notícia preocupante a respeito da hanseníase. De acordo com o órgão, em seis meses o Brasil será o único país do mundo a não atingir a meta de eliminar a doença.

É importante esclarecer a diferença entre eliminar e erradicar uma doença. Eliminar uma enfermidade, segundo a OMS, é registrar menos de um caso para cada 10 mil habitantes por ano. Enquanto erradicar é não haver mais nenhum registro da doença.


A hanseníase - muito tempo chamada de lepra - é uma doença transmitida pelas vias aéreas, causada por um micróbio (o bacilo de Hansen) e que afeta a pele e os nervos, provocando inflamação e perda de sensibilidade.

A transmissão acontece pelo contato com uma pessoa infectada (que ainda não começou o tratamento). Mas este contato deve ser íntimo e prolongado para haver o contágio como, por exemplo, entre pessoas da mesma família. A doença não se pega em um aperto de mão, abraço ou usando diversos utensílios como copos, talheres ou pratos, compartilhados.

A hanseníase pode permanecer incubada entre dois e sete anos e estão mais suscetíveis pessoas com baixo nível sócio-econômico e desnutridas.

Sintomas

Os primeiros sintomas são manchas brancas ou avermelhadas que aparecem pelo corpo. Elas são dormentes, ou seja, insensíveis ao calor, à dor ou ao tato.

Tratamento

O mais importante é que a hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito. A medicação é fornecida pelos postos de saúde e o paciente tem acompanhamento médico durante todo o tratamento.

A duração do tratamento varia entre seis meses e um ano, dependendo do estágio em que a doença se encontra.

Vale lembrar que o paciente não deve ser isolado e pode continuar com a sua rotina normalmente. Mesmo aqueles que apresentam a forma contagiosa da doença, deixam de contagiar assim que iniciam o tratamento.

Atitude

Especialistas afirmam que países desenvolvidos eliminaram a doença antes mesmo de existir medicamentos, apenas com mudanças na qualidade de vida, alimentação e hábitos de higiene.

O Brasil, por sua vez, apresentou 3.065 novos casos de hanseníase em 2007. Segundo o embaixador da OMS, Yohei Sasakawa, falta determinação e boa vontade para resolver de vez a questão.

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