sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Compulsórios?


Qual a primeira idéia que vem a cabeça quando se fala em compulsório? Com certeza em algo obrigatório, forçado. E este é o real significado da palavra, segundo o dicionário.

Na economia o compulsório, ou melhor, o depósito compulsório é uma ferramenta utilizada pelo Banco Central (BC). Funciona assim: quando você vai ao banco e deposita uma quantia, seja à vista, a prazo ou na poupança, parte deste valor fica com o banco e outra parte deve ser depositada em uma conta no BC.

Este depósito é usado pelo BC para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. Com isso, quando há escassez de dinheiro - como agora, com a crise financeira - o BC tem a reserva para poder oferecer aos bancos que, conseqüentemente, emprestam aos seus clientes. Esta medida também serve para ajudar a reduzir os juros bancários.


O compulsório é um instrumento de controle da quantidade de moeda que existe na economia porque revela ao BC quanto cada banco movimenta em dinheiro. Isso porque, quando uma pessoa deposita uma quantia no banco, parte deste valor fica disponível para que o banco empreste a outro cliente.

Conseqüências da crise

Muitos bancos no Brasil, principalmente os pequenos, foram prejudicados com a crise mundial. Por isso, o BC resolveu alterar as regras do compulsório para liberar até R$ 160 bilhões na economia. Este valor é mais que a metade de todo o dinheiro recolhido atualmente por meio do compulsório.

O que se percebe, até o momento, é que, apesar de o governo negar que haja pacote de combate à crise, várias medidas têm sido adotadas a cada dia para evitar conseqüências mais dramáticas num futuro breve.

A mais recente alteração, anunciada ontem, é com relação à forma de recolhimento do depósito compulsório. A partir de 1° de dezembro, o compulsório adicional sobre depósitos à vista, a prazo e poupança, que hoje é recolhido em espécie, vai ser recolhido em títulos públicos.

Estas regras têm sido ajustadas com uma certa freqüência pelo BC e estão sujeitas a novas alterações a qualquer momento. Resta saber o que mais será preciso fazer para evitar o inevitável.

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