domingo, 12 de outubro de 2008

Bullying?


Você certamente foi vítima, autor ou, pelo menos, testemunha de bullying durante o período em que esteve na escola. Diferente das brigas eventuais entre crianças, por causa de uma brincadeira, por exemplo, o bullying acontece repetidas vezes e é violento.

A palavra bully (pronuncia-se “búli”), do inglês, significa "valentão" e a expressão bullying diz respeito a intimidação e humilhação, praticada por uma pessoa contra outra incapaz de se defender. As agressões, que podem ser psicológicas ou mesmo físicas, acontecem com freqüência e têm início na infância.

No começo são apelidos, brincadeiras maldosas, discriminação e exclusão do grupo. Com o tempo essas crianças passam a ser vítimas de agressão e apanham, têm o material escolar danificado ou roubado, recebem ordens, são perseguidas, chantageadas e isoladas.


Crianças que sofrem com a prática de bullying tendem a ser inseguras, pouco sociáveis, passam a ter baixo desempenho escolar e podem apresentar quadros de depressão. Os traumas sofridos na infância podem, segundo especialistas, ter conseqüências na vida adulta, quando estas pessoas têm problemas de relacionamento, baixa auto-estima ou, ainda, assumem um comportamento agressivo. Em casos extremos, alguns podem cometer suicídio.

Os autores do bullying crescem sem limites, são crianças intolerantes, querem resolver problemas por meio da força física, desafiam os pais e, quando adultos, reproduzem a violência em casa ou no trabalho. Muitos acabam se envolvendo com drogas, atos de vandalismo e até mesmo o crime.


Tipos de bullying

O bullying escolar é apenas o começo do problema. A prática se estende para o convívio familiar, com os vizinhos, no ambiente de trabalho, entre outros. Se na infância esse comportamento pode ser encarado como inconseqüente, afinal se trata de crianças, na vida adulta o objetivo pode ser desqualificar o profissional para tomar seu lugar ou, no caso de vizinhos, provocações com a intenção de fazê-lo se mudar de endereço.

Medidas

Uma pesquisa divulgada na semana passada, por uma Organização Não-Governamental (ONG) internacional, apontou um dado alarmante. Cerca de um milhão de crianças no mundo todo sofrem algum tipo de violência na escola diariamente. Com base nesses dados terá início, no ano que vem, a campanha global "Aprender sem medo", com o objetivo de erradicar a violência escolar.

Entre as ações para combater a violência estão o estabelecimento de normas de comportamento, treinamento de professores para mudar as técnicas usadas em sala de aula e a conscientização dos direitos infantis.

Casos conhecidos

Muitos casos de tiroteios em escolas americanas, como o massacre de Columbine, ou da Universidade de Tecnologia da Virgínia, quando o estudante Cho Seung-Hiu matou 32 pessoas, podem ter relação com o bullying. Cho Seung-Hiu, por exemplo, era ridicularizado pelos colegas por ser muito tímido.

No Brasil, um caso recente traz esperança às vítimas de bullying. Uma escola particular em Ceilândia, no Distrito Federal, foi condenada a pagar indenização de R$ 3 mil à mãe de um menino de sete anos, agredido por colegas dentro da escola. Ele sofria provocações por causa da baixa estatura, por usar óculos e, freqüentemente, chegava em casa com hematomas e ferimentos.

Não é fácil identificar a prática de bullying, porque geralmente quem sofre a agressão tem medo ou vergonha de dizer. Pais e professores têm de estar atentos às mudanças de comportamento, estimulando o diálogo e dando atenção às reclamações das crianças.


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