domingo, 5 de outubro de 2008

Anvisa?


Você sabe quais são os passos para a produção de um medicamento? Qual caminho ele percorre desde os primeiros estudos até a comercialização nas farmácias? Alguns anos. Este é o tempo necessário para que os remédios comecem a ser vendidos. O período exato varia de acordo com o medicamento e seu uso, mas, a grande maioria, segue um roteiro semelhante.

Tudo começa na definição do princípio ativo, ou seja, a substância responsável pelo efeito do remédio. A partir daí começam os testes de laboratório, geralmente praticados em animais, que avaliam o quão tóxica é a droga utilizada na fabricação do medicamento.

Depois disso, são realizados os testes clínicos (em seres-humanos). Primeiro o medicamento é testado em pessoas saudáveis, para saber a reação da droga no organismo. Em seguida, os testes passam a ser realizados em pacientes com a doença para a qual o remédio foi fabricado, com o objetivo de testar a eficácia.

E não acaba por aí. Para comprovar se o medicamento realmente produz o efeito desejado, pesquisadores fazem o “teste cego”, quer dizer, dão o remédio ao paciente sem que ele saiba exatamente qual é a droga. Entre elas estão placebos ("remédios" sem qualquer efeito), medicamentos da concorrência e, claro, aquele que está sendo testado. Os resultados desse teste vão fazer parte das reações adversas (efeitos colaterais) encontradas nas bulas. Só aí o medicamento recebe o registro da Anvisa.


Mesmo depois de todo esse percurso e de anos de comercialização, muitos medicamentos podem acabar tendo a venda proibida. Foi o que aconteceu essa semana com os antiinflamatórios Prexige 400 mg e Arcoxia 120 mg. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou o registro destes medicamentos em todo o país, depois de considerar que as reações adversas são maiores do que os benefícios. Além disso, no ano passado, a Austrália proibiu a venda do Prexige depois que dois pacientes morreram em conseqüência do uso do medicamento.

O Prexige (Lumiracoxibe) do laboratório Novartis é utilizado por pacientes com artrite, dor aguda e cólica menstrual. Já o Arcoxia (Etoricoxibe) da Merck Sharp e Dohme em casos de reumatismo, gota, artrite, cólica menstrual e no pós-operatório. Outros medicamentos vão sofrer mudanças na bula e alguns terão a venda restrita.

Além de responsável pela fiscalização de medicamentos, a Anvisa também cuida do controle sanitário de alimentos - nacionais e importados - cosméticos, produtos de higiene, equipamentos e materiais hospitalares, cigarros e, ainda, órgãos utilizados em transplantes. Sua atuação vai além de indústrias e empresas, chegando aos portos, aeroportos e fronteiras do país.

A agência, criada em 1999 e vinculada ao Ministério da Saúde, responde também por interdição e aplicação de multas a estabelecimentos em desacordo com a lei. E é sempre bom ficar atento pois, mesmo com a proibição, ainda é possível encontrar os medicamentos, acima citados, em farmácias que acabam vendendo-os até mesmo sem receita.




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