quarta-feira, 22 de outubro de 2008

ABTO?



Quando você morrer, prefere ser enterrado ou cremado? Se enterrado, em qual cemitério? Se cremado, onde quer que depositem as cinzas? Perguntas um tanto mórbidas, é verdade, mas é provável que você já tenha falado sobre isso com amigos, familiares ou colegas de trabalho, mesmo que de brincadeira.

O que deve ser colocado em questão, e levado a sério, é a decisão de doar órgãos. Momentos como este, em que a tragédia da adolescente morta pelo ex-namorado é exposta pela mídia, são importantes para que famílias conversem sobre o assunto.

Mesmo diante de uma situação difícil e delicada, a família autorizou a doação dos órgãos da jovem. Pulmão, pâncreas, rins, córneas, baço, fígado e coração deram esperança de vida a pessoas que aguardavam nas filas de transplante. Apesar de não ser necessário que o doador deixe qualquer documento expressando o desejo pela doação, somente a família pode autorizar a retirada dos órgãos.

Por isso é tão importante falar sobre o assunto e existe inclusive um órgão dedicado a isso. A ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) foi criada em 1986 e pouco se ouve falar dela. Entre os principais objetivos da instituição estão a conscientização da população quanto a importância da doação de órgãos, o estímulo à pesquisa e aperfeiçoamento da legislação sobre o transplante, além do incentivo à criação de centros de doação, bancos de órgãos e serviços de identificação de receptores.


Em entrevista ao Jornal da Globo, o vice-presidente da ABTO, Ben-Hur Ferraz Neto, afirma que ainda falta informação quando o assunto é transplante. "Apesar de o brasileiro ser um povo muito bom, de aceitar a doação, a discussão disso em casa não é comum", ressalta.

Ferraz Neto diz ainda que o SUS (Sistema Único de Saúde) é responsável por mais de 90% dos transplantes e a fila de espera tem um controle rigoroso da Secretaria de Saúde e do Ministério da Saúde. Hoje, segundo ele, aproximadamente 70 mil pessoas aguardam por um transplante no país.

O rim está entre os órgãos mais esperados, porém o paciente pode fazer diálise enquanto está na lista de espera. "Os transplantes salvadores de vida, ou seja, em que os indivíduos vão morrer, caso não sejam realizados com urgência, são os de fígado, coração e pulmão, principalmente", conclui o vice-presidente da ABTO.


Possíveis doadores

São considerados potenciais doadores os pacientes com morte encefálica. As principais causas da morte cerebral são traumatismo crânio encefálico, acidente vascular encefálico e tumor cerebral primário. A seguir, algumas orientações quanto aos órgãos e tecidos que podem ser doados e o tempo máximo de espera, tanto de retirada quanto de preservação fora do corpo do doador.



Mitos

Ninguém é velho demais para doar. Pessoas de todas as idades podem ser doadoras. O que vai determinar qual órgão poderá ser aproveitado para um transplante é a condição médica no momento da morte. E, ao contrário do que muita gente pensa, a retirada dos órgãos não vai deixar o paciente desfigurado, afinal eles são removidos cirurgicamente.

Outras informações podem ser obtidas por meio do site da ABTO.

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