sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Síndrome de Burnout?



Quem nunca se irritou com alguém no trabalho, um chefe cobrando respostas, um colega mal-humorado ou um cliente que só reclama? É preciso tomar cuidado e ficar atento a certas atitudes, ou pode acabar resultando na Síndrome de Burnout.

A definição da Síndrome de Burnout surgiu nos Estados Unidos, na década de 70, em busca de resposta emocional e física ao processo de deterioração, desgaste no humor e na motivação de profissionais de uma organização. Ela recebeu a denominação Burnout do inglês burn (queima) e out (exterior), caracterizando um tipo de estresse crônico, em que a pessoa se consome física e emocionalmente, resultando em exaustão e comportamento agressivo.

É um tipo de estresse persistente, relacionado com situações de trabalho resultante da constante e repetitiva pressão emocional, associada com intenso envolvimento com pessoas por longos períodos de tempo. A pessoa que tem Burnout identifica o trabalho como desencadeante deste processo.


Pesquisas apontam que três, em cada dez trabalhadores, apresentam um quadro crônico de estresse, que caracteriza a síndrome de Burnout. Isso mostra que o desempenho dos funcionários nessa condição é, em média, cinco horas inferior ao dos demais.

A baixa produtividade associada aos atrasos, faltas e gastos com a saúde dos trabalhadores, causa prejuízos às empresas. Além disso, esse profissional influencia negativamente os colegas. A maioria das pessoas que tem os sintomas da síndrome de Burnout diz estar fisicamente presente no trabalho, mas com o pensamento longe.

Muitas vezes Burnout e estresse são confundidos, mas Burnout vai além do estresse, pois é encarada como uma reação ao estresse crônico. Diferencia-se por ter como causador a irritação gerada entre as relações interpessoais, pela obrigatoriedade da convivência com o outro. Também é feita a associação dessa síndrome com a depressão, mas a depressão está mais relacionada com situações da vida pessoal.


Fatores de risco

Inicialmente, essa síndrome foi identificada em profissionais como médicos, psicanalistas, carcereiros, professores, enfermeiros, bombeiros, entre outros. Atualmente já se estende a profissionais de diferentes áreas, que possuem contato direto com pessoas, obedecem a técnicas e métodos mais exigentes ou são submetidas a avaliações constantes. Ela pode afetar qualquer um, de executivos a donas-de-casa.

Como já foi citado, qualquer pessoa pode desenvolver a síndrome de Burnout, mas ela surge mais facilmente em pessoas de personalidade crítica, extremamente dedicadas, muito exigentes consigo mesmo e com os outros, perfeccionistas e que têm dificuldade em lidar com situações difíceis.

Não é difícil identificar um funcionário com Burnout. É aquele que se irrita com facilidade, alterna momentos de agressividade e depressão, só reclama da vida, acha que tudo vai dar errado, não se envolve com os projetos da empresa, vive exausto e está sempre prestes a desmoronar.

Sintomas

A Síndrome de Burnout se manifesta inconscientemente pelo esgotamento emocional. Sua principal característica é a insensibilidade na relação com os outros. A pessoa passa a tratar os colegas de trabalho de forma grosseira, agressiva.

Como sintomas físicos ou fisiológicos tem-se fadiga crônica, dores de cabeça, falta de apetite, insônia, hipertensão, taquicardia, arritmias, dores musculares e de coluna, maior freqüência de infecções, perda de peso, diarréia, alterações menstruais, alergias, lapsos de memória e dificuldades respiratórias.

Também ocorrem alterações comportamentais como maior consumo de café, álcool e remédios, faltas constantes no trabalho, baixo rendimento pessoal, isolamento, impaciência, dificuldade de concentração, agressividade, depressão, distanciamento afetivo e vontade de abandonar o trabalho.

Prevenção e tratamento

Quando os agentes causadores da síndrome de Burnout são identificados ela pode ser prevenida com modificações ou adaptações profissionais. Priorizar as tarefas mais importantes, estabelecer laços pessoais e profissionais e não falar sobre o trabalho em momentos de descontração, são algumas ações que podem afastar a pessoa da síndrome.

Já o tratamento da doença pode ser feito de diferentes formas: psicoterapêutico, a partir de fitoterápicos, medicamentos como os ansiolíticos ou antidepressivos, intervenções psicossociais, afastamento profissional e readaptações.

A legislação brasileira permite o afastamento do trabalho em razão de Burnout, com direito à retirada do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e estabilidade no emprego. No Brasil, consultórios médicos e psicológicos estão registrando cada vez mais casos de pacientes com sintomas típicos da Síndrome de Burnout.

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