terça-feira, 9 de setembro de 2008

Pílula do dia seguinte?


A iniciação sexual tem acontecido cada vez mais cedo na vida de jovens e adolescentes. Apesar de as informações sobre métodos contraceptivos também terem aumentado, muitos ainda insistem em correr riscos.

Uma pesquisa realizada no primeiro semestre desse ano, com mais de seis mil alunos de 272 escolas particulares de todo o Brasil, revela números importantes sobre a sexualidade. A entrevista foi feita com adolescentes entre 13 e 16 anos.

Entre todos os entrevistados, 22%, ou seja, 1.383 afirmaram já ter perdido a virgindade. Destes, aproximadamente 20% já tiveram relação sexual com, pelo menos, cinco parceiros. E 22%, ou seja, 304 disseram ter feito uso da pílula do dia seguinte para evitar a gravidez.

A suspeita de gravidez entre os jovens sexualmente ativos é grande: 42,3% já acharam ter engravidado alguém, no caso dos meninos, ou ter ficado grávida, no caso das meninas.


A Pílula

O contraceptivo de emergência não deve ser usado como método anticoncepcional de rotina e nem em substituição à camisinha. Ele serve para situações de urgência, como quando o método contraceptivo escolhido falha; em casos de violência sexual ou estupro. Vale lembrar que a pílula do dia seguinte não protege das doenças sexualmente transmissíveis.

A chance de uma gravidez indesejada é praticamente nula quando se usa a pílula do dia seguinte, mas se utilizada repetidas vezes, o risco de engravidar aumenta. Existem dois tipos de cartela: uma de dosagem maior, com um comprimido de 1,5 mg de levonorgestrel, e outra com dois comprimidos, cada um com 0,75 mg de levonorgestrel. Eles custam entre R$ 15 e R$ 20.

A pílula consiste na anticoncepção de emergência através do uso de medicamentos após a relação desprotegida ou acidental, com o objetivo de evitar a gravidez. Ela não funciona como abortivo, age apenas antes da gravidez.

Sua função é impedir a fecundação, mas, se já tiver ocorrido, a pílula causa uma descamação no útero e impede a implantação do ovo fecundado. Porém, se ele já estiver implantado, o remédio não tem efeito.

Modo de usar

A pílula pode ser tomada até 72 horas depois da relação. Se usada nas primeiras 24 horas, o risco de gravidez é de 5%, entre 25 e 48 horas o índice de falha aumenta para 15 % e entre 49 e 72 horas esse índice chega a 42%.

A quantidade de hormônio presente nessa pílula é muito maior que a contida na pílula anticoncepcional tradicional e, com seu uso, surgem alguns efeitos colaterais. Um grande problema é a alteração no ciclo menstrual e no tempo de ovulação, ou seja, interfere no cálculo do período fértil. Existem também sintomas comuns e de curto prazo, como náuseas, vômitos, sensibilidade nos seios e dores de cabeça.

É preciso ficar atento com as contra-indicações. A pílula não deve ser ingerida por quem tem alguma doença hematológica, cardíaca, vascular, hipertensão, obesidade mórbida ou diabetes. É contra indicada também para mulheres que estão tomando antibióticos ou calmantes, porque o índice de falha nesses casos chega a 22%.

Assim como com os anticoncepcionais comuns, é possível comprar a pílula do dia seguinte nas farmácias, sem receita médica. Mas a orientação de um profissional é indispensável e o ginecologista é quem pode afirmar se o medicamento é indicado para o caso.




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