quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Analfabetismo funcional?


Freqüentar a escola e estar presente às aulas não garante o acesso ao conhecimento. É verdade que este é o caminho para a alfabetização, mas, de acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem hoje no Brasil mais de 2 milhões de crianças, dentro das salas de aula, analfabetas.

O estudo mostra que 87,2% das crianças e adolescentes, entre sete e 14 anos, não sabem ler nem escrever. Considerando a população como um todo, o Brasil tem 14,1 milhões de analfabetos (10,5% da população), e ocupa a 15ª posição entre 22 países da América Latina, ficando atrás de Bolívia, Suriname e Peru.

Estes dados apontam o analfabetismo absoluto, levando em conta a total incapacidade de ler e escrever. Mas o número é maior, se considerarmos o analfabetismo funcional. De acordo com pesquisa do Ibope, 38% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos funcionais.


O analfabetismo funcional pode ser classificado de pelo menos duas maneiras. O IBGE toma como base de cálculo o número de séries escolares concluídas. De acordo com essa avaliação, é considerado analfabeto funcional a pessoa com menos de quatro anos de escolaridade, ou seja, que não chegou a concluir o Ensino Fundamental.

Porém, atualmente, esse dado pode não corresponder à realidade brasileira, quando se tem conhecimento de sistemas de progressão continuada, por exemplo, em que alunos são aprovados automaticamente, mesmo não estando aptos a cursar a série seguinte.

Em contrapartida, Organizações Não-Governamentais (ONG) criaram um Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional no Brasil (INAF). A Ação Educativa e o Instituto Paulo Montenegro avaliam, por meio de testes, a habilidade de leitura e escrita do brasileiro.

Nesse caso, são considerados analfabetos funcionais pessoas capazes de ler e escrever palavras simples e de uso cotidiano, como números de telefone e preços; elas assinam o próprio nome e fazem pequenos cálculos com dinheiro. No entanto, não compreendem textos um pouco mais longos e não conseguem fazer relação com outros dados.

A explicação para o fato de o Brasil ainda figurar entre os países com alto índice de analfabetismo, mesmo sendo um país emergente, se deve à soma de diversos fatores. A baixa qualidade do ensino, os baixos salários dos professores, a progressão continuada - anteriormente comentada -, a falta de estrutura das instituições de ensino, somados à falta de hábito pela leitura dão uma idéia de como a educação tem sido tratada no país.

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