quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Código Florestal?


Sabe aquela desculpa do "eu não sabia", que muita gente usa depois de fazer coisa errada? Pois é, ela não pode ser usada quando se fala em devastação do meio ambiente.

Não é de hoje que vemos atitudes irresponsáveis serem cometidas, tendo como resultado catástrofes sem tamanho. São aquelas "queimadinhas" para limpar o terreno para o plantio e que acabam, invariavelmente, causando incêndios florestais de proporções gigantescas.

E se engana quem pensa que as discussões são travadas entre ambientalistas e fazendeiros. A briga avançou aos gabinetes e as trocas de acusações entre os ministros da Agricultura e Meio Ambiente se tornaram comuns.

Tudo isso acontece por causa do Código Florestal, que passa por exame no Congresso. De um lado, os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; e do outro, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Minc, assim como os ambientalistas, defende as restrições ao desmatamento, com exigência de 80% de floresta nas propriedades rurais da Amazônia.

Stephanes e Cassel, junto com os ruralistas, querem permitir a derrubada de até 50%, principalmente porque a safra 2009 deve ser menor que a do ano passado.

Não é novidade ver os ânimos exaltados no governo. Em outubro de 2008, o ministro Carlos Minc já havia provocado mal-estar quando divulgou dados apontando o Incra como maior responsável pelo desmatamento no Brasil.


O Código Florestal existe desde 1934 e passou por diversas reformas e revisões nesse período. Suas leis são consideradas uma das mais modernas do mundo, o que fez com que, em 1996, o então presidente Fernando Henrique, pressionado por números assustadores sobre os desmatamentos, elevasse o percentual de Reserva Legal para os atuais 80%.

Sem fiscalização, pouco importa se são 80% ou 50%. A verdade é que, em todos esses anos, a Amazônia, as florestas brasileiras, enfim, todos nós, perdemos muito mais que isso. E continuamos perdendo, só resta saber até quando.

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