quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

UDR?


Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come; é mais ou menos assim que se sentem os fazendeiros cujas propriedades são invadidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

Em Presidente Bernardes, São Paulo, uma fazenda foi invadida 20 vezes, sendo a última na semana passada. E se antes os fazendeiros, o poder público e a mídia eram pegos de surpresa, com invasões no meio da noite, hoje eles anunciam com antecedência quando e onde vão atacar.

É isso que fez com que a União Democrática Ruralista (UDR) entrasse com uma representação junto à Polícia Civil e o Ministério Público, pedindo a punição dos responsáveis pelas invasões de terras no Pontal do Paranapanema.

No comando dos sem-terra que invadiram 20 fazendas em 16 municípios paulistas está José Rainha Júnior, dissidente do MST, mas que continua liderando invasões.

De acordo com a UDR, a ação dos sem-terra foi premeditada e ganhou até mesmo nome: Operação Carnaval Vermelho. A UDR defende os direitos dos ruralistas e reivindica a ação preventiva da polícia em casos como este.

O processo de Reforma Agrária no país caminha a passos lentos, ou melhor, já nem anda mais e, por isso, as brigas por terra se tornaram batalhas sem lei.

O MST já não existe como unidade, perdeu o foco e hoje atua na clandestinidade. Há invasões, destruição, baderna, homicídios e, pelo fato de o movimento não existir juridicamente, não há como punir seus dirigentes.

Não há dúvida de que existem terras improdutivas no país e que a maneira de classificá-las ainda é obscura. Também é de conhecimento de todos que muitos integrantes desses movimentos são aproveitadores tentando levar vantagem.

Apontar quem está certo ou errado não é solução para o problema, tampouco põe fim aos conflitos. Enquanto isso, a mesma terra que mantém o homem vivo, por meio da produção de alimentos, serve também de cemitério para os que se enfrentam nessa guerra.

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