quinta-feira, 2 de abril de 2009

Repatriação?


“Tentar a vida” é uma expressão muito usada por quem sai do seu país em busca de melhores oportunidades, crescimento profissional, enfim, um futuro melhor. E não são poucos os brasileiros que deixam tudo pra trás em nome desse sonho, abdicando do convívio familiar, dos amigos e da sua cultura.

Para muitos, o sonho acaba antes mesmo de se tornar realidade, ou porque não encontraram aquilo que esperavam, ou porque a concorrência nem sempre é leal; e, para piorar, a famigerada crise financeira mundial afeta o emprego em qualquer parte do mundo.

Os dekasseguis, já citados aqui, continuam enfrentando problemas no Japão, onde o desemprego atinge, principalmente, os setores automotivos e de eletrônicos.

Esta semana, o governo japonês decidiu oferecer dinheiro a brasileiros e peruanos, que lá estão, para voltar a seus países de origem. A oferta, de US$ 3 mil por imigrante – mais US$ 2 mil por dependente – não agradou a todos.

Isso porque, um dos requisitos para receber o benefício é não mais voltar ao Japão, por um período ainda indeterminado. O direito que a ascendência japonesa lhes dá, de viver e trabalhar no país, é perdido. Só poderão voltar ao Japão como turistas, ou com visto de trabalho.


Além disso, o imigrante não pode ter patrimônio no Japão e deve ter entrado no país antes de 31 de março deste ano.

Todas essas condições caracterizam a repatriação, benefício pelo qual o cidadão consegue retornar ao país de origem, com ajuda do governo local. No caso do Japão, somente brasileiros e peruanos, as duas maiores colônias de dekasseguis no país, serão beneficiadas pela medida.

A impressão que se tem, visto a exclusão de outras nacionalidades, é que o governo japonês pretende eliminar o problema antes que ele se torne ainda maior. Enquanto os trabalhadores serviram a seus interesses foram mantidos; agora que engrossam a massa de desempregados, melhor que voltem pra casa.

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