quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Subprime?


A crise imobiliária que se instalou nos Estados Unidos tem explicação. Apesar do nome pomposo, o subprime nada mais é que o crédito de financiamento para aquisição de casa própria, oferecido aos norte-americanos.

O termo subprime se refere à qualidade do empréstimo, ou seja, são valores fornecidos a clientes com rendimentos mais baixos e históricos de pagamento não muito favoráveis (aqui no Brasil seriam pessoas incluídas no cadastro do SERASA, por exemplo). Esse tipo de empréstimo tem taxas de juros maiores, devido ao maior risco de calote.

O subprime surgiu quando o Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) baixou a taxa de juros, como estímulo ao mercado imobiliário, logo após os atentados terroristas, em 2001.


Como era grande a procura por imóveis nos EUA e os preços estavam em alta, havia uma garantia para os bancos. Se o cliente não pagasse o empréstimo, tinha de devolver o imóvel.

O problema é que a taxa de juros não se manteve em 1% anual. Devido a pressões inflacionárias, o Fed iniciou um ciclo de alta de juros que chegou a atingir 5,25% anuais, em junho de 2006, e se manteve neste patamar até agosto de 2007.

Com os juros mais altos, pessoas que tinham contraído empréstimo na época da bonança passaram a ter dificuldades para cumprir seus financiamentos, o que promoveu um alto índice de inadimplência do setor imobiliário, sendo os clientes subprime os primeiros a darem o calote.

Impacto

Com isso, houve aumento da oferta de imóveis e conseqüente diminuição no preço. O temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país, desaquecendo a maior economia do planeta. Com menos dinheiro disponível, as compras diminuíram, assim como o lucro das empresas e o número de contratações.

Como se já não bastasse o prejuízo entre os bancos americanos, os investidores dos fundos de investimento também contribuíram para a crise. Ao tomarem conhecimento do problema, aqueles que investiam em títulos subprime, começaram a retirar o dinheiro dessas aplicações, o que fez a bolsa americana cair.

O resultado negativo gerou prejuízos não só para os Estados Unidos, mas para o mercado global. Com medo do surgimento de novos problemas, investidores do mundo todo começaram a vender ações para aplicar em investimentos mais seguros. Com tantas pessoas querendo vender ao mesmo tempo o preço das ações caiu, o que desestabilizou os mercados financeiros.

Colaboração: João Carlos Simionato


4 comentários:

Vanessa Gonçalves disse...

quer uma coluna no horah?

Anônimo disse...

Vanessa,
eu quero!

Anônimo disse...

Ficou ótimo!!!
Excelente trabalho.
Vamos fazer concorrência com a FOLHA.
Abraços

Anônimo disse...

João,
esperamos que a parceria continue. Vamos traduzir a economia e torná-la mais acessível.
Obrigado
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Karin Gusso e Ronan Pierote